Que Amiri é um artista genial isso nunca foi novidade, a surpresa mesmo foi a sua pausa na música. O lançamento de “BOOM” em Outubro foi como um glorioso retorno daquele que estava apenas esperando a cena esquentar “um pouco mais”.
A mensagem do Rap nunca foi esquecida mesmo que tente ser apagada, e (graças ao deus Sabotage) existem artistas que perpetuam os reflexos da favela e como a sociedade a enxerga.
E foi exatamente isso que Amiri fez com Um Dia de Injúria e Pantera Preta. A música narra a história de um jovem que cresce sobre a pressão do racismo, e Um Dia de Injúria possui em seus versos tudo o que estava engasgado na garganta da população negra.
Já “Pantera Preta” é um canto de resistência a um sistema programado para a destruição daqueles que vivem e vieram da diáspora Africana. “Eu vou viver, nem que pra isso eu tenha morrer” é tão forte quanto a fala do Killmonger em Pantera Negra (talvez esteja ai a referência).
As músicas se tornam um grito coletivo daqueles que sempre mostraram a realidade dos negros no Brasil. Amiri teve a sensibilidade de colocar em um “personagem” a história de várias pessoas e é tão bem narrada que chega a ser palpável, e dando continuidade a sua linha de pensamento na música seguinte.
Confira:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=GyolfOmszaE]