3% Chega em seu terceiro ano com alta qualidade e uma nova opção entre o Maralto e Continente.
Grande e Luxuosa! em seu terceiro ano 3% prova novamente que o conteúdo brasileiro tem poder suficiente para ser distribuído internacionalmente. A distopia ainda existe e as tramas seguem como prometido no mega gancho da última temporada, Michele (Bianca Comparato) está a frente de uma nova opção para os rejeitados do processo e até aos menores de 20 anos que deixaram de acreditar na filosofia do Maralto, a “Concha” é um obrigo e todos são bem vindos. Mesmo passando confiança em tom de liderança a personagem mostra que não está tão preparada para as inúmeras responsabilidades que deve assumir e que isso pode implicar na hora de gerar crises e influenciar em sua liderança. Os problemas com meritocracia provam que mesmo futurística a série trás e continua com referencias a problemas atuais e que provavelmente vão se estender a um futuro distante.
Destaques nessa temporada são alguns personagens que crescem com o elenco e outros que chegam para dar o tom que faltava. Glória (Cynthia Seneck) é uma caixa de surpresas e a atuação de Cynthia é muito mais explorada nessa temporada, ela consegue levar isso com muito certeza e verdade nos olhares e ações que a personagem exige. Se de um lado temos os Álvares precisamos dos Toledos e a escolha do ator Fernando Rubro fez total sentido, não podemos esquecer de Leo Belmonte que também tem um papel muito necessário. Os veteranos continuam impecáveis, o Rafael/ Thiago (Rodolfo Valente) já não é mais o mesmo personagem da primeira temporada e a Joana (Vaneza Oliveira) segue a mesma linha da segunda temporada porém com objetivos mais claros e diferentes atitudes que mostram um lado da personagem, a importância atribuída á Fernando(Miguel Gomes) é clara e necessária, mais o personagem não faz falta dentro do contexto da nova temporada.
O Roteiro segue melhorando, e é um avanço quando comparado com as temporadas anteriores, porém ainda incomoda quando escutamos algumas frases de personagens mais expressivos como Joana e Marcela(Laila Garin). Os figurinos e efeitos especiais estão perfeitos, a paleta de cores já não parte tanto do azul, pois a maior parte da série é concentrada no deserto e toda a direção de arte exibe um tom mais pastel e enriquecedor, as plantas dentro da concha são essenciais quando ligadas ao sentido de acolhimento. Os figurinos em linha são um diferencial ao vibrante do Maralto, mesmo assim não deixa de transbordar um tom futurístico e enriquecedor, além de caracterizar ainda mais a Concha, foi um tiro certeiro.
O final é muito bem construído e cria ainda mais curiosidade do que o gacho final da segunda temporada, mesmo sem confirmação é necessária e deve haver uma nova temporada pois a qualidade entregue é grande e promete alcançar bons resultados. Pelo tom abordado poderíamos dizer que a série pode ter seu desfecho em seu quarto ano, mas que seria um grande erro.