“‘Até o Último Homem’ só consegue se definir em seu último ato”
Dirigido por Mel Gibson e protagonizado por Andrew Garfield, o longa conta a história real do soldado Desmond Doss, que devido ao seu passado e suas crenças religiosas recusava-se a tocar em qualquer tipo de arma, isso na Segunda Guerra Mundial.
Uma das maiores características de Mel Gibson é a identidade única de seus filmes. O que ocorre neste aqui é o oposto ao filme “Lion”, a primeira metade da trama é indefinida e vagarosa, e nada se parece com trabalhos premiados do diretor, mas neste mesmo ato é apresentado de forma eficaz os personagens e seus subtramas. No segundo ato há uma grande transformação, e é neste momento em que se tem certeza que estamos assistindo ao filme de Mel Gibson, com o desenvolvimento de roteiro e personagens envolventes.
O elenco do filme não traz nada marcante, mas funciona em boa parte do filme, a atuação de Andrew Garfield segue esse mesmo ritmo, mas é devido a essa atuação e ao roteiro que o longa consegue convencer o telespectador a aceitar a doutrina do personagem. A partir deste momento o espectador segue a mesma linha de raciocínio do personagem, e começa a entender suas crenças.
Mesmo com pequenos problemas no roteiro, o que mais apresentou falhas foi sem dúvida os elementos técnicos/visuais do filme. Há bastante momentos em que claramente pode se perceber e famosa tela verde e a iluminação artificial do estúdio, e isso é preocupante para uma produção de 2016. Tentando cobrir esse problema, a trilha sonora uniu de forma única ao filme,marcando a produção.
“Até o Último Homem” só consegue se definir em seu último ato, e traz uma boa história com uma ótima mensagem, mas isso não cobre os erros técnicos e nem o roteiro. Mas é um bom filme de retorno do Mel Gibson à temporada de premiações.
Nota 6,8